quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Uma série, um ano dificil, lições de vida que não acabam|

 Já vai para mais de um ano que eu não escrevo aqui. 


Já passei por vários processos desde não me sentir mais digna de pronunciar algumas linhas até não ter qualquer inspiração. E entre lágrimas, soluços, dificuldades, a vontade de me exprimir da melhor forma que sei - a escrita -sempre será um refúgio secreto e, aqui, não tão secreto!

Vi a série "Maid" disponibilizada pela Netflix. Mexeu imenso com o meu coração, não porque me identifique com a história mas porque é uma lição dura e intensa de resiliência, força, coragem e superação. A história de Alex que, fugindo à violência doméstica emocional, faz das tripas coração para sobreviver sem dinheiro, sem apoios, sem teto! Com ela, uma filha de quase três anos.

Como não me comover episópio após episódio até a ver abraçar o sonho que tinha ficado perdido num tempo de 4 anos?!

A minha vida mudou muito neste último ano, talvez tenha descido ao mais duro abismo e ainda não tenho a certeza que o escalei todo até ao topo. Aliás, sim, tenho a certeza! Ainda não o fiz e ainda não vislumbro o cimo. As dores emocionais levam muito tempo a sarar e é preciso saber lidar com esse tempo para que as feridas fiquem totalmente curadas. Algumas provocadas por nós mesmos e outras por terceiros. O importante é pegar em cada pedaço do coração e dar-lhe atenção, entregá-lo a Quem sabe melhor cuidar dele do que nós, e seguir em frente, sem medo do amanhã. E é tão mais fácil escrever isto do que senti-lo. O medo faz parte de nós e quando não é bem administrado pode aprisionar-nos.

Continuar a vida sem algumas pessoas que eram peça central do puzzle desta aventura pode ser uma experiencia brutal porque ou nos amarguramos ou nos tornamos melhores. Refletimos sobre o que correu mal, tiramos lições, e tentamos achar que a vida não acabou, como muitos dos que, gentilmente, me telefonam me dizem! 

No entanto, é um processo bem destrutivo e precisa ser bem tratado para não criar danos maiores em nós e naqueles pelos quais somos responsáveis.

E nestas alturas vemos quem nos ama - quem nao nos julga, quem nos faz encarar a verdade mas sempre com muita graça. Aquela graça que eu acho que fiquei a conhecer só agora. No meio de sentimentos de culpa e punição. Sempre achamos que certas coisas só acontecem aos outros mas não. Às vezes cai bem no nosso teto e a nossa cosmovisão sobre certas coisas muda. Há os que nos abandonam totalmente como se fossem melhores e os que ficam sem palavras por preferir não lidar com as situações. A verdade é que todos nós falhamos e, realmente, não sabemos lidar e preferimos não encarar a dor do outro.

Teria tanto a dizer sobre tantas coisas mas como ainda estou na escola e acho que ainda não aprendi todas as lições nem tão pouco me graduei no assunto, prefiro deixar para mais tarde. Hoje só resolvi dizer que : a vida pode tornar-se um caos mas é dentro de nós que precisa continuar a existir a paz. E que é necessário tempo para curar porque a amargura é algo que espreita à porta de todos nós e se a deixarmos entrar, tornamo-nos em pessoas que não queremos ser. Quero continuar a pensar o melhor da Humanidade....o melhor dos relacionamentos e, acima de tudo, que há restauração e restituição para quem olha para Jesus. Dele sempre haverá uma compaixão sobrenatural, além do que conheço.

E....um dia depois do outro! Às vezes em frente....outras vezes retrocedendo mas tentando encontrar o caminho que nos leva ao destino!

Com amor,

Cátia


 

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