domingo, 19 de abril de 2015

Uma palavra às Joquebedes deste tempo....

As histórias da Bíblia são uma grande inspiração para as nossas lutas diárias. Homens e mulheres de outros tempos mas com os mesmos sentimentos e desafios de alma! 
E ontem pensei em Joquebede. Lemos sobre esta mulher no início do livro de Êxodo. Ela foi nada mais que a mãe de Moisés! A mãe do libertador do povo que jazia na escravidão! Tudo isto a mando de Deus, com o dedo de Deus, com a criatividade de Deus!
Mas voltemos a Joquebede...
Imaginem uma mulher comum, com 2 filhos e grávida de um terceiro. Os dias passados a observar o seu povo ser humilhado e escravizado pelos Egípcios levava a doce lembrança dos tempos em que o Hebreu José governava todo o Egipto e usava o anel do Faraó! Agora esses tempos já lá iam...afinal o povo precisava sentir a necessidade de sair e de encontrar uma terra onde pudessem morar livremente e servir ao seu Deus. Cresciam em número, eram prósperos, assustavam os Egípcios!
As promessas dadas a Abraão pareciam estar perdidas no tempo e na miséria de cada dia. E para piorar, sem saber se carrega no ventre um menino ou uma menina, o  coração de Joquebede estremece quando toma conhecimento do decreto de Faraó de matar todos os bebés Hebreus. Os Egipcios desejavam exterminar a raça Judaica e os oficiais tiveram ordem para deitar os bebés no Rio Nilo! 
Imagino a dor desta mulher em ver o triste destino que aguardava o seu bebé caso nascesse homem. 
Chegou o dia, as águas rebentaram, as dores começaram e entre um grito e outro havia o temor de ganhar para perder. O bebé veio à vida num misto de alegria e temor. Joquebede envolveu-o em panos e escondeu-o. Conseguiu fazê-lo por 3 meses com êxito mas o cerco apertava e precisou tomar uma decisão. 
Resolveu-o protegê-lo, aninhando-o num cesto e com a ajuda da filha mais velha - Miriã - colocaram-no no rio. Tenho a certeza que esta decisão foi selada por uma doce confiança no Deus de Israel. Mas também imagino a dor desta mulher. As lágrimas no rosto de uma mãe que abdica do filho, que o deixa aos desígnios de Deus, com a perspectiva de nunca mais o ver. Não conseguiu ficar a observar a cena. Ausentou-se, provavelmente, amargurada. A irmã corajosa ficou com os olhos no irmão bebé. Queria ver onde iria o cestinho, desejava que um milagre surgisse e não é que surgiu?
A filha de Faraó banhava-se no rio e avistou o cesto. Ficou emocionada ao ver o rosto do bebé, lembrou-se da dureza do pai que teve a ousadia de ordenar o homicídio de tantos bebés. Não teve coragem de fazer o mesmo. Resolveu ficar com esta criança. A irmã que observava isto tudo dirigiu-se a ela. Com esperteza levou-a a entender que o bebé precisava ser amamentado, que precisava de uma ama que o criasse enquanto fosse pequeno. A filha do Faraó concordou imediatamente. 
Imagino como Miriã deve ter corrido para casa cheia de  alegria e impactada por tamanho milagre. Encontrou a mãe chorosa e angustiada - encontrou um lar de luto e a perder a esperança, Correu para os braços da mãe e contou-lhe cada detalhe.. Joquebede não podia acreditar. Esta mulher viu a sua sorte mudar, viu a noite nitidamente converter-se em dia.
Depois de um tempo de trevas, escuro e em dor, a luz surge, Joquebede não perdeu o bebé. Ela iria criar o próprio filho! Ela iria ser a ama! Ela iria vê-lo crescer. E o restante já sabemos....ele foi o líder escolhido por Deus para levar o povo para fora do Egipto.
Joquebede confiou, protegeu o filho enquanto pôde e Deus usou a tragédia para o bem daqueles que são seus! Transformou uma situação devastadora em algo maravilhoso!
Não será assim connosco, Joquebedes do século XXI? Homens e mulheres que vêem sonhos morrer, que atravessam caminhos difíceis, que vivem no limiar de depressões, insatisfeitos, enfrentando decretos de doença, divórcio, perdas...
Podemos acreditar que tudo o que colocarmos no cesto que simboliza as mãos de Deus pode transformar-se. Podemos ver a noite converter-se em dia, a dor em alegria. As situações mudam, o rio corre, o cesto move-se!
O que faz doer o teu peito hoje? Coloca-o no cesto e larga-o mas larga-o com convicção, com fé, com esperança de que será resgatado pelas mãos de Deus, cuidado e transformado!
Não somos diferentes de Joquebede e Deus.....oh.....Ele é exatamente O MESMO! Por isso, MILAGRES ACONTECEM!

Cátia

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