segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O pássaro branco - uma história extraordinária

 




Meus queridos...

Há muito tempo que não sentia tanta nostalgia, peso e despertamento durante um filme. "O pássaro branco", baseado num livro e que descreve uma situação fictícia que podia bem ser verdadeira sobre Segunda Guerra Mundial, teve esse poder sobre mim.

Quando ainda era adolescente, tinha o hábito de ler diários de guerra como o da jovem judia Anne Frank que padeceu e morreu num campo de concentração ou de Zlata Filipovic que presenciou a guerra da Bósnia, um pouco mais tarde e já em finais do século XX.

Guerras são guerras independentemente da época em que acontecem. Às vezes oiço comentários como: em pleno século XXI isto ainda acontece. Enquanto o mundo for mundo, o homem bater-se-á por territórios, pela sua razão e até religião. Estamos rodeados de conflitos e ninguém nos garante que os mesmos não serão, infelizmente, o caminho para uma terceira guerra mundial.

Porém, hoje não quero seguir esta via do fatalismo mas, talvez, lançar um pouco de esperança. Não quero desvendar o conteúdo do filme, pois gostava mesmo que tivessem oportunidade de o ver e de vos ver ser arrebatados pela esperança e por uma certa humanidade que ainda existe dentro de nós. O filme é um apelo à bondade e generosidade e prática das mesmas. Alguns de nós não querem ser maus nem bons, apenas normais. Mas o que é a normalidade senão uma neutralidade e desdém com vista ao nosso bem estar egoísta? Ser bom e praticar o bem exige CORAGEM! 

Ontem ouvia o pregador na Igreja e ele dizia que o dicionário diz que decisão significa coragem e ele achou interessante assim como eu também achei. Decidir fazer o bem numa circunstância má ou que nos coloca em risco, não é fácil de todo e exige bravura e capacidade de ver o fruto que um ato bondoso pode ter na história de alguém.

Não gosto de falar de política em público e muito menos de me aborrecer com alguém sobre ela. No entanto, assustam-me todos os discursos carregados de demagogia que me lembram o fascismo. Todos aqueles que não procuram políticas que facilitem a vida ao ser humano seja ou não estrangeiro, mas que atacam as pessoas e as tratam como mercadorias. Não concordo com portas escancaradas mas também não me posso influenciar por discursos que nem provam estatísticas quanto ao uso de recursos da segurança social e que nos cegam, fazendo-nos sentir ódio de quem não devemos.

"Ama o teu próximo" e "Cuida do estrangeiro" são ordens de Deus, tão difíceis às vezes de colocar em prática. Vivemos tempos conturbados talvez plantados por outras políticas demasiado flexíveis que nos colocam hoje em situação vulnerável. No entanto, enquanto tivermos vizinhos e uma mão estendida ao próximo a bondade de Deus será visível na
terra - seja o meu vizinho quem for.

Enquanto via o filme, renasceram em mim sentimentos antigos que brotavam no coração de uma adolescente que nada sabia da vida: NEVER AGAIN! Que o que aconteceu não se repita nem daquela forma, nem de outra. Que os governos não deem lugar a que outros imponham as suas regras e nos dominem e que os cidadãos vivam em paz enriquecidos pela cultura e tradições uns dos outros.

O pássaro branco foi uma constante em todo o filme. Ele carregava esperança ....o Espírito Santo ainda hoje é simbolizado por uma pomba branca. Quando ele sobrevoa a terra, ou até mesmo o nosso coração, milagres acontecem.....

Com amor,

Cátia

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