sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Não abro a porta ao ressentimento!

Hoje acordei durante a noite com o meu filho a choramingar. É algo que acontece a todos os pais, porém eu tenho alguma dificuldade em adormecer logo em seguida. Fico com insónias e o pensamento voa para longe. Mil e um pensamentos ocupam lugar e vêm cansar o cérebro que merecia absoluto repouso.
Esta noite tive um convidado indesejado. Ouvi algo bater à porta do meu coração. Perguntei quem era e a resposta veio. Era o ressentimento. Perguntei-lhe a que devia esta visita. Deu algumas explicações e tentou instalar-se no conforto do meu interior.
As razões eram as mais simples: ingratidão, falta de atenção, desprezo. Relembrou-me algumas pessoas que me têm feito sentir assim. Repetiu comportamentos que me entristeceram. Recordou-me momentos menos bons da vida de relacionamentos. E falou por algum tempo sem me deixar argumentar ou defender quem não estava presente para ser julgado. 
Entretanto vi a porta do coração quase a fechar-se e antes que isso acontecesse, pensei em Jesus: em todas as vezes que O magoaram, que O abandonaram, que O maltrataram! Nunca vi ressentimento Nele. Pelo contrário! Quando olho para Ele, vejo amor maior que eu e compaixão.
Pedi, então, a este senhor que não foi convidado e, ainda por cima, que apareceu a horas indecentes que me deixasse em paz. Tenho mais que fazer. Não tenho tempo para ressentimentos, ofensas, chatices. Preciso paz e serenidade. Nem todos vão gostar de mim, nem todos me vão apoiar e não vou nunca agradar. Sou falha como os outros, estou na roda do oleiro em aperfeiçoamento e procuro aprender a não fazer julgamentos precipitados.
Meus amigos vamos parar de nos ofendermos facilmente. Agora quando digo "não" ao Samuel ou tiro algo das mãos dele, ele faz um escandalo. Chora como se o mundo fosse acabar nos cinco minutos seguintes. Assim somos nós com a vida e com as pessoas. Criamos expectativas elevadas que nunca poderão ser preenchidas por ninguém e pequenas atitudes geram grandes ofensas. E ofensas geram mágoas que por sua vez criam rios de amargura e de falta de perdão. Tudo isso rouba a comunhão com o Pai. Como vamos afirmar "Perdoa as nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos ofende"? Não conseguimos! Como é que Ele vai perdoar quem não sabe fazê-lo?
Se estiver a ser magoado ou até usado em relacionamentos manipulativos afaste-se! Mas não permita que isso destrua o seu coração. 
Diga não à presença do ressentimento. Gentil ou abruptamente abra a porta e peça-lhe que saia. Deus vai ajudá-lo a varrer esses convidados indesejados.
Cátia

Sem comentários:

Enviar um comentário