Este não é,
propriamente, um testemunho de cura física. É mais que isso – é a história de
uma promessa que gerou cura emocional e trouxe uma nova forma de enxergar Deus,
um novo relacionamento e um conhecimento mais profundo Dele! Esta é a história
de um caminho de lágrimas, regado pela força de Deus e sustentado pela Sua voz
e que trouxe um desfecho maravilhoso.
Não se trata de
mais um testemunho de que “Deus faz da estéril mãe de filhos”. E isto é
verdade! Ele faz! Eu creio. Deus faz o impossível ainda hoje e precisa haver
uma disposição da nossa parte a aceitar isso como real, como normal, com uma fé
que mova completamente o coração do Senhor.
Gostava que com
este relato, pudesse incentivar os leitores a entender que Deus fala hoje, Deus
age, Ele importa-se tanto connosco que usa o que quer, como quer para chegar a
nós. Temos fechado a porta devido a tanta confusão à nossa volta! De um lado a
religiosidade que impede o trabalho de Deus e coloca-o numa caixa como se só
trabalhasse de uma certa forma, do outro o medo do sobrenatural devido aos
exageros quase esotéricos de alguns. Então, por causa disto mesmo estamos a
perder um relacionamento com duas vias: a nossa entrega e o favor Dele sobre
nós!
A minha história
começou em 2008. O meu aniversário chegou e a esposa do meu pastor na altura
desejou ofertar-me algo especial. Ela é uma mulher com um relacionamento muito
próximo e apaixonado por Jesus e atenta à Sua voz. Orou para que o meu presente
viesse do coração de Deus. E no coração dela surgiu o desejo de comprar-me
roupa de bebe, ainda que eu nunca tenha dito que estava a tentar ter filhos no
momento! No dia em que ela mo ofertou, chorei. Fiquei um pouco perdida. Dentro
de mim sabia que algo não estava bem, que aquilo seria um sinal qualquer e que
devia esperar os dias futuros.
Em breve deixamos
os métodos contracetivos e fomos percebendo que eu não engravidava. Na
realidade, os meus ciclos eram tão escassos que acertar com o período fértil
era um tiro no escuro. Era difícil. Entretanto, fomos adiando por varias
situações. Saímos do país mas comigo foi aquele presente. Olhei para aquelas
roupas sempre como a promessa. Sabia que não devia dá-las a ninguém, devia levar
sempre comigo para onde quer que me mudasse porque olhar para elas focava-me na
promessa em vez de olhar para o vento contrario ao meu redor.
Neste tempo, vivi
um grande deserto. Encontrei-me numa situação em que precisei enfrentar a
humilhação, a falta de compreensão, a indiferença. Sempre fui uma menina mimada,
rodeada de afetos e, por isso, este foi um tempo duro em que Deus trabalhou em
mim. O seu silencio em ações era duro pois não me livrava das situações, mas a
Sua boca não se fechou e percorreu caminhos inesperados.
Era um culto
normal de terça à noite com a exceção que tínhamos uma convidada do Brasil.
Esta senhora era usada em palavras de revelação e profecia. Saiu do púlpito e
veio diretamente a mim. Não me conhecia. Não sabia sequer a minha condição.
Colocou a mão no meu ventre e exclamou: “Prepara-te filha pois a tua família
vai crescer. O que estiver a bloquear aí dentro, será desbloqueado em breve.”
Chorei muito com o meu marido. Mais uma vez Deus lembrou-nos que um filho era
algo que estava no coração Dele especificamente para nós.
Um mês depois,
num passeio da Igreja, fui abordada por uma jovem que conhecera no domingo
anterior. Ela disse-me: “No inicio do mês de Junho, uma mulher afirmou que eu
iria conhecer uma jovem chamada Cátia. Eu não fazia ideia do que ela dizia.
Depois disse-me: quando a conheceres, diz-lhe que Deus a ama intensamente e tem
um grande plano para a vida dela.
Entretanto, fui de ferias e regressei recentemente e foste-me
apresentada. Descobri, imediatamente que esta mensagem era para ti”. Chorei
perdidamente. Como não me comover diante de um Deus que não estava indiferente
ao meu estado e que me aconchegava uma vez mais. Lembro-me que olhava para o
céu apaixonadamente. Estava extasiada. O meu Deus é lindo demais.
Por vezes, não
sei se nós próprios adiamos as promessas. Invertemos prioridades, fazemos
mudanças, criamos ambientes desfavoráveis. A verdade é que parecia que nunca
era tempo certo. Uma vez eram as dificuldades de trabalho, financeiras. De
outra eram as mudanças, as dificuldades, as barreiras. Só sei que os anos foram
passando e cada Natal, talvez porque é a festa da família, virava uma oração:
“Não me permitas passar mais um Natal sem filhos”.
Comecei a
frequentar consultas no Centro de Concepção. Afinal, eu queria fazer o que
estava ao meu alcance já que sabia que Deus já tinha dito que aconteceria. O
diagnóstico era síndrome do ovário policistico e havia que tomar medicação para
ajudar a ovulação. No entanto, os efeitos secundários eram muitos e eu não
estava a aguentar. Muitas mulheres conseguiram engravidar com esta síndrome.
Parecia haver esperança. Mas para mim havia mais – a certeza!
O medico decidiu,
então, fazer uma cirurgia para drenar os cistos. À conversa com ele, algo
sobrenatural aconteceu. Ele estava a indicar-me um tipo de exame e deu-me um
panfleto para eu me inteirar do mesmo. Eu já conhecia o procedimento e fiquei
cheia de medo. Dentro de mim, clamei a Deus que não permitisse precisar de
passar por algo tão doloroso. Durante esta minha conversa interior com o
Senhor, o médico subitamente pediu o panfleto de volta e disse: “Tenho uma
ideia melhor. Por que não fazemos uma cirurgia em que drenamos os seus cistos,
talvez isso desbloqueie a situação e comece a ovular.”
Desbloquear –
sim! Isto é uma palavra que me é conhecida. A mesma usada por Deus para dizer
como aconteceria. Deixei que fosse assim. Apesar do medo, a paz inundou-me
completamente.
Na passagem de
ano de 2014-2015 com um grupo de amigos, falámos do que estávamos gratos e do
que desejávamos para 2015. Eu disse que tinha tudo menos um filho e era isso
que eu pedia para 2015. Não podia vir mais um Natal sem a promessa.
Neste processo,
tinha amigas maravilhosas que oravam constantemente. Inspiravam-me com as
palavras que enviavam. Encorajavam-me todos os dias! Viviam quase tão ansiosas
como eu para que tudo acontecesse! Também tive o oposto, quem deitasse palavras
contrarias, fizesse questão de me desmoralizar, me fizesse repensar tudo, não
acreditasse como eu. No entanto, a minha confiança era tão forte, tão profunda
que nada disso me abalava. Estava certa que havia um tempo para o cumprimento!
Neste tempo em
que esperava o cumprimento, chorei varias vezes. Desabafei do mais intimo de
mim coisas que doiam. Vivia as gravidezes das amigas com alegria mas chorava
por mim mesma. Quando chegaria a minha vez? As frases feitas sobre os filhos
serem o melhor do mundo apertavam o meu coração, sufocavam-me. Aprendi que não
existe nenhum lugar que cure, conforte, restaure e mude como a oração.
Ajoelhava-me no meu lugar secreto. Lia a Palavra e dizia a Deus: esta é a tua
promessa, por isso aceito-a para a minha vida. Relia e afirmava vezes sem conta
que “Deus faz da estéril mãe de filhos”, “que não haverá infertilidade no meio
do povo de Deus”. Colocava tudo isto como um selo no meu coração. Adorava-o através
de músicas. Enchia o espírito com a palavra e isso fazia-me acreditar. Não
permitia que a amargura tomasse conta dos meus dias e nem o desanimo. Viver o
dia tornou-se muito importante.
Enquanto
aguardamos algo bom, não podemos deixar de aproveitar o que de bom já existe.
Viver com gratidão, aproveitar o momento. Era essa a minha forma de estar. Ser
feliz em qualquer altura!
Eu sou uma pessoa
de datas. Memorizo muito facilmente datas. Comemoro as importantes, relembro as
tristes, costumo recordar aniversários dos que me são próximos e ate de alguns
distantes. Deus trabalha em detalhe. Sabe como funciono. E zela por mim! Então,
eu vejo-O nos detalhes das datas, para que eu jamais esqueça da Sua fidelidade.
A operação
ocorreu em Fevereiro, o medico não deu certezas que funcionaria e deu-me
medicamentos que ajudassem a ovular. Em Abril fui a Portugal de ferias e só no
regresso tomei a medicação. Todos os meses, apos a ingestão da medicação,
verificavam se eu estava a ovular. Em Maio, numa dessas consultas de rotina,
descobriram a gravidez. Tinha tomado a medicação em vão pois eu já estava
gravida desde o final de Março.
Eu não consigo
explicar o que senti. Estava diante do cumprimento. Emocionei toda a gente que
vivia comigo a luta. Foi algo tremendo. Chegou o tempo do cumprimento! Com ele,
algumas lutas. Alguns sangramentos, algumas dores estranhas. No entanto,
precisei focar-me novamente. Se é promessa, vai acontecer. Mais uma vez, orava,
entregava, cantava, alegrava-me no Senhor.
Na minha primeira
ecografia, deram-me a data prevista do parto: 31-12-2015 – um ano depois de eu
ter afirmado aos meus amigos que queria muito o bebe em 2015. No entanto, o meu
Deus não se esqueceu das minhas orações e trouxe-o mais cedo. O nosso menino
nasceu a 24-12 e eu não passei mais um Natal sem filhos como tanto pedia. Na
noite da consoada lá estava eu e o meu filho naquele hospital. Eu estava cheia
de gratidão, extasiada, tremendamente feliz. DEUS é fiel!
Chamamos-lhe
Samuel que significa: “Deus ouve”. E o Samuel da Bíblia foi também o menino a
quem Deus falou. Tudo isto faz sentido para nós. A promessa aconteceu!
Quero que
compreendamos algo importante: o caminho que conduz a uma promessa é
angustiante. Tem desertos, tem oposição, tem troçadores, tem nuvens negras. Imaginem
Deus prometer-vos vida e o medico anunciar uma morte eminente. As
circunstancias e os diagnósticos parecem matar a esperança que foi plantada.
Mas há algo que precisamos fazer: trabalhar a nossa mente, os nossos ouvidos,
os nossos olhos, o nosso espírito para a verdade absoluta de que quem prometeu
é fiel para cumprir e não mente como os homens. E se Ele sabe que existe um
tempo, então dará a força necessária para encararmos a espera.
Seja qual for a
situação, não tema! Não desanime! Existe uma autoridade dentro de si! Você é
vencedor não por mérito mas porque Jesus é o grande vencedor. Ele sempre é por
nós mesmo diante das atrocidades do mundo. Não desfaleça diante de um acidente,
de uma morte, de uma doença. Não cruze os braços. Olhe para a Palavra, oiça a
Palavra, instrua a sua boca a declarar a Palavra. Jesus age mediante o nosso
movimento de fé.
Não pode faltar
fé ao que espera. Não pode faltar fé ao que pede. Não pode faltar fé ao que
confia! Só assim, tudo se torna possível!
Seja qual for a
sua situação, Deus é um grande escritor. Ele reescreve histórias, restaura
livros antigos, ressuscita sonhos perdidos. Sabe uma coisa? Não tenho medo de
orar. Sei que cada vez que ergo a minha voz em favor de algo ou alguém, sou
ouvida e a resposta vem. Não duvido! Não duvide também.
Seja qual for o
Samuel da sua vida, exponha o coração a Deus, não conte nada aos destruidores
de sonhos e persevere! Lute por isso! Abra os braços para o céu. Algo
sobrenatural vai acontecer!
“Aquele que faz
infinitamente mais do que pedimos ou pensamos.”
Com amor,
Catia